Ao lado daquela pilastra, perto dos azulejos de pequenas flores azuis, debaixo dos escombros, fomos felizes. Ali, onde a escavadeira come paredes e o concreto cai como isopor, num empurrão tão leve, ali você me parou, as mãos nos meus ombros, os olhos entre surpresa e alegria, a promessa de algo, parecia, ali você colocou as mãos nos meus ombros antes de sairmos à calçada, os estômagos cheios de cerveja e pão e madrugada, você colocou as mãos nos meus ombros, sorriu e disse….nada. Ali, na saída, onde ficava a portão de ferro que logo desceria, decretando o fim do expediente, onde garçons de olheiras e ares doentes - as camisas amassadas, dobradas até os cotovelos - esperavam para expulsar-nos, mas ainda não, nós dois na saída antes da calçada, suas mãos nos meus ombros, a expressão cansada, mas seus olhos entre surpresa e alegria, alguma coisa seria dita, eu tinha essa mania, a de adivinhar suas palavras. O que foi? “Nada...eu te levo até em casa”.
28. Demolição...28
28. Demolição...28
28. Demolição...28
Ao lado daquela pilastra, perto dos azulejos de pequenas flores azuis, debaixo dos escombros, fomos felizes. Ali, onde a escavadeira come paredes e o concreto cai como isopor, num empurrão tão leve, ali você me parou, as mãos nos meus ombros, os olhos entre surpresa e alegria, a promessa de algo, parecia, ali você colocou as mãos nos meus ombros antes de sairmos à calçada, os estômagos cheios de cerveja e pão e madrugada, você colocou as mãos nos meus ombros, sorriu e disse….nada. Ali, na saída, onde ficava a portão de ferro que logo desceria, decretando o fim do expediente, onde garçons de olheiras e ares doentes - as camisas amassadas, dobradas até os cotovelos - esperavam para expulsar-nos, mas ainda não, nós dois na saída antes da calçada, suas mãos nos meus ombros, a expressão cansada, mas seus olhos entre surpresa e alegria, alguma coisa seria dita, eu tinha essa mania, a de adivinhar suas palavras. O que foi? “Nada...eu te levo até em casa”.