Escrever antes que o texto seja desconhecido; já sei que andei um pouco sumida, por razões importantíssimas, aliás: quizás and don’t know whats. Não por tempo de rolagem, e sim de enrolagem, gripes estupidamente banais, a sensação de ser muito exibida (quizá ocultar-se hay!)
Escrever como se escreve a uma amiga: já sei!, mandar un poemita, uma lista esquisita de don’t know whats. Tudo isso para que ela revire as órbitas do outro lado da pista que chamamos WhatsApp (o que é que há?)
É que ando meio exibida, eu diria, e, portanto, oculta-ser hay! Mas, querida, responderia a amada escolhida: não é assim que se conduz uma vida (pública!), que se alimenta uma página (lírica!), deixe de ser pudica, sente na mesa, pegue a caneta, alguma hora qualquer coisa sai.
Ai ai ai, eu gemo, não de medo, mas de frio. Uma corrente de ar escorre pela fresta, fere a pele que resta para fora da coberta, produz um arrepio. Quizá virar uma pedra de gelo, tontear-se, tornar-se um pouco morta, jamais morrer de celos, o que está do outro lado já não importa, não faz falta o fundo de violoncelos: sente a caneta, pegue a mesa, arrisque uma troça, um dois três e já!
Hay qualquer coisa, quizá, de cansaço, por que apenas não observar o gato malhado do vizinho? Um olho azulado, o outro sadio, as quatro patinhas a se esfregarem contra o vazio do vão da lavandeira, nós dois protegidos um do outro pela rede de cínica função: eu não tenho gatos, ele tem sete no lugar de um coração. Pelo sim e pelo não, nos encaramos, também pela falta de vista opcional: eu acompanho sua miada solidão, ele vigia meu varal enquanto estico as roupas com a mão. Um prendedor, um moletom, uma canção (de amor). Ele a escuta sem julgamento nem razão.
Viu?, diz o gato aqui metamorfoseado em amiga. É a mágica da narração! Uma linha depois da outra, ela me instiga, não tem erro, não é você que, ao escrever, doutrina o poder (a importância!) da expressão? Sim, eu respondo, mas escrever não é saber, sempre é possível calar-se de novo, ainda mais quando se é do tipo mulher. Exibida?, ela brinca. E como não ser? Pare de bobagem e mande logo, depois você dá um jeito de algum sentido fazer (e agora me coloca em inversão? Que emoção para uma amiga!). Muito bem, invente um título com “J”, encontre uma foto de varal – a parte do gato, com certeza, é a mais original – e mande bala, não pare demais pra pensar. De um jeito ou de outro, ela ainda desenrola, tanta gente escreve sobre não escrever e você não escreve sobre tentar. Há algo aí! Mas agora preciso sair, depois você me conta que tal, quizá, seus don’t know whats, hahaha. Um dos três e...